Quando o Benício completou 2 anos (agosto de 2018) começamos a perceber que ele não se interessava por outras crianças e nem tinha curiosidade em ver o que elas estariam fazendo. Além disso, o Benício ainda não falava, outro fator que também preocupava. Nesse momento começamos a desconfiar dele pudesse se enquadrar no Transtorno do Espectro Autista (TEA). A partir de então aumentamos a observação.
Em outubro de 2018 resolvi levar o Benício em uma fonoaudióloga, fizemos entrevista, ela conheceu o Benício, mas quando iríamos iniciar as sessões, a empresa do meu marido mudou o plano de saúde, o que fez com que ele não pudesse iniciar as sessões.
Em novembro de 2018 estávamos adaptando ao novo plano e eu comecei a pesquisar fonoaudiólogas neste novo plano. Todavia, o final do ano - novembro e dezembro - são meses muito complicados no meu trabalho e eu já estava fazendo nossa programação de férias de dezembro de 2018 e janeiro de 2019, por isso resolvi esperar.
No mês de fevereiro de 2019 estávamos preocupados com a readaptação do Benício às atividades escolares, natação e musicalização (atividades que ele já fazia desde 1 ano e 3 meses). Mas continuando com nossas observações, percebemos um movimento com as mãos (flapping), nos momento em que o Benício estava muito feliz e, embora ele fizesse contato visual, ele não sustentava esse contato visual.
Todavia, até o momento já havíamos conversado sobre o assunto TEA com o pediatra que o acompanhava no primeiro plano, que descartou o TEA e nos orientou a esperar.
O pediatra que estava atendendo o Benício no novo plano, a princípio descartou a possibilidade de TEA, e em relação a fala nos orientou a esperar.
Em março de 2019 conversei com o pai de uma criança com TEA que fazia natação no mesmo local que o Benício, e este pai me orientou a procurar um neuropediatra.
Foi difícil conseguir vaga com a neuropediatra do plano, a consulta ficou para maio de 2019, quando levamos o Benício na neuropediatra que nos orientou a iniciar as terapias (fonoaudióloga, psicóloga e terapia ocupacional) e após três meses de terapia retornar para nova consulta. A neuropediatra não confirmou o TEA, mas também não descartou.
O Benício iniciou as terapias em junho de 2019, uma vez por semana, no final deste mês meu pai faleceu, foi um baque principalmente para o nosso pequeno, que era grudado no avô. Nesse momento surgiram mais dois sinais de alerta, o Benício começou a apresentar problemas com mudança no caminho (tínhamos que fazer sempre o mesmo caminho), gerando crises em decorrência disso, e começou a tapar os ouvidos com os dedos.
Fazer as terapias pelo plano de saúde é bastante complicado, em quatro meses de terapia o Benício mudou de psicóloga três vezes. A primeira afastou e a segunda saiu da clínica. O terapeuta ocupacional saiu de férias no terceiro mês, e a fonoaudióloga saiu de férias no quarto mês.
No quarto mês de terapia fizemos uma descoberta importantíssima: uma neuropediatra especialista em TEA, que estuda o tema há 25 anos, que atendeu o Benício na cidade de Itaipava/RJ e fechou o diagnóstico de TEA.
Essa neuropediatra nos informou a importância do tratamento ser ampliado, ou seja, mais vezes por semana, o que já tínhamos tentado junto com os terapeutas, mas sem êxito. Todavia, com o laudo com o diagnóstico de TEA e a necessidade de ampliação das terapias em mãos, fizemos um pedido administrativo no plano para que as terapias fossem ampliadas com base no laudo, tendo o pedido sido deferido e as terapias aumentadas para duas vezes na semana.
Assim, o Benício passou a fazer fonoaudióloga duas vezes por semana, psicóloga duas vezes por semana, psicomotricidade (uma vez por semana), um trabalho de integração sensorial uma vez por semana e natação duas vezes por semana.